Um blog? Eu?
Nunca pensei ter um blog. A escrita nunca me foi fácil e os trabalhos em feltro, crochet, tricot ou a pintura de algum pequeno móvel, não passam de brincadeiras. Brincadeiras que me fazem feliz.
Sou filha, sobrinha e neta de verdadeiras mãos de fada. Nem sei a quem saí com a minha descoordenação, mãos trémulas quando quero que elas se mantenham firmes. Mas aprendi desde criança a apreciar os bordados, as rendas, as malhas que sempre vi fazer na perfeição e a entusiasmar-me com o que via. Aprendi o básico do crochet e do tricot que a minha mãe e avó materna se encarregaram de me ensinar. Naquele tempo, as meninas queriam-se prendadas mas sempre fui um caso perdido.
Durante a minha vida profissional praticamente nada fiz, por falta de disponibilidade. Apenas alguns casaquinhos – poucos – quando os filhos eram bebés e alguns trabalhitos a ponto cruz que aprendi a fazer só depois da minha filha nascer. Mas pôr as mãos nas linhas, nos fios, nas tintas sempre foi uma necessidade terapêutica de evasão da realidade stressante da vida.
Agora, que o meu tempo disponível aumentou, sinto de forma imperiosa a necessidade de ter a mente e as mãos ocupadas e há sempre algo em execução. É o meu momento de acalmia, de liberdade e que só a mim pertence.
Os filhos incentivaram-se a criar um blog. Porque sim, porque fazia coisas giras, porque…porque… E antes que eu tivesse tempo de pensar bem no assunto o meu filho mandou-me escrever textos e desatou a fotografar. E o blog aqui está. Totalmente despretensioso como despretensioso é tudo o que faço e que aqui vos mostrarei. A começar amanhã, por um tesouro da minha infância.
Salvar-se-ão as fotos, porque essas sim, são de mestre!