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Um ar de sua Graça

Os meus presépios

Já por aqui deixei escrito que foi a minha filha que me estimulou a realizar trabalhos em feltro.


Estava numa fase da vida em que necessitava de ocupar as mãos para libertar a mente e lavar a alma. Em momentos de grande stress ou cansaço, nada melhor do que ter as mãos ocupadas. Não conheço melhor terapia. À falta de melhor, nem que seja a arrumar roupeiros. Mas aprecio algo mais criativo.


O Natal avizinhava-se e a minha filha sabendo da minha paixão por presépios mostrou-me alguns que encontrou na internet. Achei-lhes graça. Não mexia em agulhas e linhas há uma eternidade. Mas se naquele momento procurava algo que me ajudasse a ultrapassar as tempestades da vida, que importância tinha a imperfeição da peça executada?

 

Absolutamente nenhuma! E comecei por este presépio.

 

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Não precisei de moldes. Olhei para a imagem no computador e desenhei-o. Os pontos saíram incertos, um mais abaixo outro mais acima. A distância entre eles também variava. Mas fiquei feliz. Era a minha primeira obra. E percebi que fazer estes trabalhos era pura terapia. Sentia-me mais relaxada e entusiasmada. Cheia de ideias. Era por ali o caminho. E todos cá em casa, satisfeitos com o meu entusiasmo, até me faziam acreditar que de verdadeiras obras de arte se tratavam.   


Seguiram-se outros presépios. Os pontos foram ficando mais certinhos e fui criando os meus próprios modelos.

 

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Os mais bonitinhos e perfeitinhos foram oferecidos a familiares e amigos. E desses não tenho fotos. É que a ideia do blog ainda não nos tinha ocorrido… Ponto… Pára tudo…


Já sei o vai por aí…


Vislumbro um sorrisinho ao canto dos vossos lábios; adivinho o que vos vai no pensamento:


“ Olha para esta, sabe-a toda! Que grande espertinha! Como não tem fotos diz que os presépios até ficaram perfeitinhos!!!”


Depois experimentei outras técnicas. Mas tenho um defeito. Faço apenas para experimentar. Usei pasta de modelar – fiz apenas um presépio; pintei numa pedra da praia – fiz apenas um; Usei pauzinhos – fiz apenas um; Fiz em crochet – fiz apenas dois…  E assim não aperfeiçoo nenhuma das técnicas!

 

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Presentemente gostaria de treinar os presépios em crochet. Vejo-os lindos mas não são tão fáceis de fazer como parecem.


O último presépio aqui apresentado foi terminado há poucos dias e feito muito, muito à pressa. E, muito encarecidamente, peço-vos o de  favor de não reparem na ovelha ou, para ser mais exacta,  na pseudo-ovelha. É que a pobrezita saiu-me com focinho de rato, orelhas de porco e patas de escadote… Foi o melhor que se pode arranjar. Muito agradecida…

 

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E já agora, para todos vós, um feliz Natal com muita Saúde Paz e Harmonia.

Um coração… dois corações… três corações

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 Como referi no post dos gatos, foi a minha filha que me desafiou para os trabalhos em feltro.


Sendo assim, mal seria não ser ela a contemplada com os primeiros trabalhos.


Comecei por lhe fazer um porta-chaves , um mocho, que já não se encontra em condições de ser aqui mostrado, de tão usado e velhinho que está.


Em seguida decidi-me por um mobile muito, muito básico. É que já não cosia há muitos anos e os primeiros pontos saiam-me algo desajeitados. Mas isto de coser é como andar de bicicleta, rapidamente se lhe apanha a jeito.


Pensei num motivo e inventei, criei… para ser mais pomposa!

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O mobile tem um significado simbólico. Os dois primeiros corações representam o amor fraterno da família e o maior refere-se à vida e ao futuro e que este lhe permita navegar por águas serenas e mansas e que chegue sempre a bom porto. Só ou acompanhada… mas realizada e feliz.

 

 

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Uma ninhada de gatos

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Certo dia, a minha filha desafiou-me para fazer trabalhos em feltro. Nunca tinha pensado no assunto nem estava sensibilizada para esse material nem para o que com ele se podia fazer.

 

 Pesquisei na internet, comprei revistas e descobri que há todo um mundo à volta das potencialidades do feltro.

 

 Entusiasmei-me e comprei feltro de todas as cores que encontrei. O feltro é de fácil execução, com a grande vantagem de não desfiar. Mesmo bom para quem não é muito dotado para a costura. E começaram a surgir pequenas peças cá para casa e para a minha filha. Depois achei que deveria fazer algo para o meu filho para que não se sentisse preterido. Mas que raio de berlicoque se faz para um homem???

 

Como entretanto ele comprara na Loja do Gato Preto um gato, pratos e almofadas também com motivos de gatos, tudo isto para decorar o escritório, por que não fazer um mobile com gatos para pendurar na parede? E assim nasceu uma ninhada de cinco gatinhos.

 

Quando terminei e lhe mostrei o resultado final, ele gostou e levou-os para casa. Mas estava um bocadinho receosa. Só percebi que gostou mesmo quando decidiu aumentar a ninhada.

 

Há pouco mais de um ano os meus gatinhos ganharam uma irmã. A Haruki passou a ser a nova moradora lá de casa.

 

E ela diverte-se mesmo com os seus companheiros…

 

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O Tesouro da Minha Mãe

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 Conheço-a desde que me conheço. Bem guardada na antiga cómoda em casa da minha avó.

 

Em criança só lhe mexia depois de autorizada pela minha mãe e com ela junto de mim. A minha mãe era a proprietária da caixa e a criadora do seu conteúdo que constituía para mim um verdadeiro fascínio, admirada e meio incrédula por uma miúda de sete ou oito anos ter demonstrado tamanha habilidade, e logo com tanta perfeição. Sim, porque a minha mãe sempre foi assim. Desde criança. Perfeita em tudo o que faz, mesmo agora aos noventa anos.

 

Cresci embevecida com aquele tesouro. Adulta e bem adulta achei que o tesouro da minha mãe não deveria estar escondido na velha caixa de cartão mas sim exposto aos olhos de todos os cá de casa. Deitei mãos à obra. Emoldurei-o. Ei-lo…

 

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As roupinhas de maior tamanho já não tinham a respectiva dona – a boneca estragou-se com tanto vestir e despir, nas brincadeiras da minha mãe. Nada que não tivesse solução. Fiz uma bonequita em feltro e vesti-lhe um dos vestidos e o casaquinho preto de veludo.

 

Os vestidinhos minúsculos – cerca de um centímetro – ainda têm a respectiva boneca que se pode ver no canto superior direito, deitada no colchãozinho. E repare-se no vestido desta boneca. Como é que se consegue fazer ajour tão perfeito, numa coisinha tão pequenina? Outra curiosidade – os botões do vestido cor-de-rosa são feitos de bagos de massa e depois forrados com linha de coser!

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 Depois do quadro pronto mostrei-o à minha mãe. Ficou sem palavras. Mas os olhos sorriram e ficaram cheios de lágrimas. E deu-me um beijo.

 

Quando à caixa de cartão... Não consegui desfazer-me dela. Agora, apesar de velhinha, guarda alguns botões.

 

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