Nada que o crochet não resolva
Era Inverno e fazia frio. Saí de casa com um blaser verde garrafa e um cachecol novinho, a estrear. Cor de laranja.
Gostei da combinação das cores contrastantes. E sentia-me toda contente com esta minha nova aquisição.
Quando cheguei a casa a recepção do costume. A Leila, a nossa cadela, festejou a minha chegada. Correu, rodopiou, foi buscar o brinquedo de estimação e saltou, saltou, saltou para cima de mim. Haja quem fique feliz com a minha chegada e se manifeste tão exuberantemente. Ninguém, como os nossos animais de estimação, nos faz sentir tão especiais e únicos. Podemos ausentarmo-nos dez minutos, dez dias ou dez semanas que a recepção é sempre celebrada com a mesma alegria esfusiante.
Só que desta vez, os festejos não correram lá muito bem. Num dos saltos acrobáticos a Leila ficou com uma unha presa no meu cachecol novinho em folha.
E conseguir tirar a unha da malha? Foi o cabo dos trabalhos. Quanto mais a Leila se debatia para se libertar, mais presa ficava a unha na malha ou a malha mais se prendia à unha. Nem sei qual das duas situações seria mais exacta. O que sei é que cada vez eram maiores os puxões. Temi o pior! Era o fim do meu rico cachecol!
Depois de muitos esforços lá consegui desenfiar a unha. Mas o cachecol, coitado parecia um passador, com uma série de buracos de diversos tamanhos. Fiquei inconsolável.
Como disfarçar os estragos? Aconselhei-me com a minha mãe. As mães encontram sempre soluções para tudo.
-Traz cá o cachecol. Vamos lá ver o que consigo fazer!
E o dito lá viajou para a casa da minha mãe. Dias depois disse-me que estava pronto.
E o resultado aqui está. Quando voltei a usá-lo, foi um sucesso. Muitas amigas me perguntaram onde o tinha comprado. Queriam um igual
Podem também seguir-me no Instagram!